Queridos amigos e amigas,
Paz de Jesus!
"Não basta a leitura sem a unção, não basta a especulação sem a devoção, não basta a pesquisa sem maravilhar-se; não basta a circuspeção sem o júbilo, o trabalho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humanidade, o estudo sem a graça."
São Boaventura
O tema de nosso GPP, ontem, foi "A Sagrada Escritura".
Conversamos sobre a pessoa de Jesus, como "a" Palavra de Deus, a definição do cânon bíblico, a diferença entre as bíblias católica e protestante, a questão da Tradição-Palavra- Magistério e o "sola escriptura", o valor e a unidade do antigo e do novo testamento, a importância da Bíblia na vida da Igreja e dos cristãos.
Duas questões suscitaram amplos debates:
1. Se o Espírito continua agindo na Igreja e nos cristãos por que não se inserem mais livros como canônicos na Bíblia?
Uma das tentativas de resposta foi que a cânon bíblico do novo testamento foi definido sobre o testemunho sobre Jesus, para revelar quem é Jesus, que é a Palavra definitiva e salvadora de Deus. De forma, que hoje estariamos muito distantes para dar um testemunho sobre Jesus no seu contexto histórico. Tudo o que deveria ser dito por Deus foi dito em Jesus e as testemunhas históricas já o escreveram. Hoje, contamos com a tradição e o magistério para guardar, defender e aprofundar a verdade revelada.
2. Seguiu-se, então, a questão sobre a historicidade dos evangelhos e, especialmente, sobre os milagres de Jesus. Hoje, vemos muitos discursos sobre que os milagres de jesus não foram bem aquilo, foram uma interpretação da comunidade, que os pães não foram multiplicados por jesus mas que a atitude dele suscitou a partilha, o mar vermelho não abriu, jesus não caminhou sobre as águas, entre outros. O que causa mais perplexidade e confusão é que este discurso vem dos nossos pastores. E aí, em que acreditar? Fomos enganados? Jesus é só uma pessoa boazinha e excepcional? um revolucionário?
Se os milagres de Jesus, são sinais que autenticam que ele veio de Deus e age em nome e com o poder de Deus, como continuar crendo se os milagres não existem ou são só alegorias?
Se os milagres são alegorias, a ressurreição, o maior de todos os sinais, também o seria?
Para conversar sobre isso, entramos em teoria do caos, 12 dimensões do universo, filme "homens de preto", física quantica, matéria e antimatéria, fractais, ou seja, fomos longe.
Foi um momento muito especial o aprofundar-se em todas estas questões.
Lembrei de uma obra chamada "Mais que um carpinteiro", da editora betânia, muito boa nesse sentido, pois foi escrita por um historiador que queria refutar a historicidade da ressurreição.
Josh McDowell pensava que os crentes eram todos “loucos”. Ele os depreciava; discutia com eles, argumentando contra sua fé. Mas, eventualmente, descobriu que tais argumentos não tinham consistência. Jesus Cristo realmente era Deus encarnado. Josh tornou-se um pregador nos meios universitários, desafiando à fé aqueles que eram tão céticos como ele próprio o fôra. Em “Mais que um Carpinteiro”, Josh focaliza a pessoa que transformou sua vida – Jesus Cristo. Trata-se de uma obra de cunho prático, para pessoas que estão duvidosas com relação à divindade de Cristo, sua ressurreição, ou suas exigências sobre elas.
Editora: Betânia
Encontrei este texto que pode ajudar bastante no nosso estudo:
Trata-se de um estudo bíblico-teologico sobre a multiplicação dos pães.
Também encontrei estes links sobre os temas:
A formação do cânon bíblico
Curso bíblico on line em espanhol
Site bíblico português
Sola escriptura
Para aprofundar bem profundo meesmo – A interpretação da Bíblia na Igreja
Bento XVI – Jesus de Nazaré
Milagres de Jesus
Milagres
Recomendo o novo documento sobre a Palavra de Deus (Verbum Domini):
Sobre o que conversamos, vejam o que diz o documento no n. 35:
"b) A falta de uma hermenêutica da fé na abordagem da Escritura não se apresenta apenas em termos de uma ausência; o seu lugar acaba inevitavelmente ocupado por outra hermenêutica, uma hermenêutica secularizada, positivista, cuja chave fundamental é a convicção de que o Divino não aparece na história humana. Segundo esta hermenêutica, quando parecer que há um elemento divino, isso deve-se explicar de outro modo, reduzindo tudo ao elemento humano. Consequentemente propõem-se interpretações que negam a historicidade dos elementos divinos.[111]
c) Uma tal posição não pode deixar de danificar a vida da Igreja, fazendo surgir dúvidas sobre mistérios fundamentais do cristianismo e sobre o seu valor histórico, como, por exemplo, a instituição da Eucaristia e a ressurreição de Cristo. De facto, assim impõe-se uma hermenêutica filosófica, que nega a possibilidade de ingresso e presença do Divino na história. A assunção de tal hermenêutica no âmbito dos estudos teológicos introduz, inevitavelmente, um gravoso dualismo entre a exegese, que se situa unicamente no primeiro nível, e a teologia que leva a uma espiritualização do sentido das Escrituras não respeitadora do carácter histórico da revelação.
Tudo isto não pode deixar de resultar negativo também para a vida espiritual e a actividade pastoral; «a consequência da ausência do segundo nível metodológico é que se criou um fosso profundo entre exegese científica e lectio divina. E precisamente daqui nasce às vezes uma forma de perplexidade na própria preparação das homilias».[112] Além disso, há que assinalar que tal dualismo produz às vezes incerteza e pouca solidez no caminho de formação intelectual mesmo de alguns candidatos aos ministérios eclesiais.[113] Enfim, «onde a exegese não é teologia, a Escritura não pode ser a alma da teologia e, vice-versa, onde a teologia não é essencialmente interpretação da Escritura na Igreja, esta teologia já não tem fundamento».[114] Portanto, é necessário voltar decididamente a considerar com mais atenção as indicações dadas pela Constituição dogmática Dei Verbum a este propósito".
Semana que vem, nosso tema será "a resposta do homem a Deus": http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p1s1c3_142-184_po.html
Abração!
Feliz e santa Páscoa de Jesus e nossa!
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